Infelizmente no Brasil , devido ao equivocado modelo presidencialista, é difícil governar sem dispor de certa maleabilidade para lidar com os parlamentares e com as demais legendas do cenário nacional. Isso por si só já geraria muitos tipos de aliança para as eleições. No entanto, os pactos vêm tomando proporções absurdas e se firmando de todas as formas possíveis. Existem alianças que desconsideram totalmente a compatibilidade entre as legendas e o alinhamento das ideologias que estão se agrupando. Tanto que há legendas que chegam a apoiar ao mesmo tempo partidos oponentes. Não faltam exemplos de partidos que, por exemplo, apóiam o PSDB em eleições estaduais e o PT no âmbito federal. Aliás, não é raro ver esses dois partidos se aliarem em eleições para prefeituras de pequenos municípios.
Outro fator que ocasiona essa busca desenfreada por apoios para as eleições diz respeito à ânsia por conseguir alguns minutos a mais no horário eleitoral gratuito. As principais alianças reúnem em seu entorno partidos de toda a sorte de idéias com o objetivo, muitas vezes, de dispor de mais tempo na TV e no rádio. Parece que a idéia que está vigendo é a de que qualquer apoio é válido.
O ex-militante comunista Fernando Gabeira do PV, por exemplo, repete a parceria que fez com os neoliberais do PSDB e do DEM para concorrer à prefeitura do Rio em 2008. Dessa vez, para se lançar rumo ao Palácio das Laranjeiras. O PT continua ampliando a questionável aliança com o PMDB, chegando a apoiar figuras como Roseana Sarney, que remete à concentração de renda e aos desvios da família Sarney. Em Minas Gerais, o Partido dos Trabalhadores chegou a dispensar dois candidatos fortes de dentro do partido para apoiar Hélio Costa do PMDB e consolidar a aliança entre os dois partidos em nível nacional pela eleição da petista Dilma Roussef.
A aliança de Serra também vem conquistando adeptos questionáveis, como o deputado cassado por distribuição de propinas Roberto Jefferson, presidente do PTB. Além disso, contava com o apoio do ex-governador cassado do DF José Roberto Arruda, do DEM.
Contar com alianças e apoios para as eleições faz parte do jogo político. Entretanto, sobrepor isso à ideologia e à ética do partido é um verdadeiro desrespeito aos militantes e às bandeiras da legenda.
terça-feira, 22 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Os vices ganham importância
Normalmente, o cargo de vice em eleições majoritárias não é desejado pelos políticos de maior prestígio. A função acaba relegada a políticos menos conhecidos, indicados por algum partido que compõe a aliança em torno da candidatura principal. No entanto, esta situação vem se alterando conforme as disputas se acirram. Nesse ano, o cargo de vice tem causado polêmicas e disputas, despertando a possibilidade, inclusive, de políticos de renome assumirem o posto na disputa eleitoral de outubro.
Para reforçar a candidatura de José Serra frente ao crescimento da sua rival Dilma Roussef, o PSDB planejou lançar um nome de peso para ser vice de Serra. Boa parte do tucanato sonhou por muito tempo com a possibilidade de constituir uma chapa puro-sangue com Aécio Neves, ex-governador de Minas, como candidato a vice. O plano só não se concretizou porque o ex-governador preferiu disputar uma vaga ao senado.
O PT também tenta, sem sucesso, viabilizar uma chapa puro-sangue para o governo do estado de São Paulo com dois nomes fortes. O escolhido para vice de Aloizio Mercadante seria o senador Eduardo Suplicy, que se mostrou disposto a aceitar a empreitada rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Entretanto, o PDT cobra taxativamente a promessa que recebera da aliança de poder indicar o vice. O presidente estadual da legenda, Paulinho da Força, chega a ameaçar lançar candidatura própria ao governo, caso não aceitem o seu indicado para vice, o deputado estadual Major Olímpio.
Se em São Paulo o PT ainda não definiu o vice, no âmbito nacional as negociações fluíram sem quaisquer problemas. O vice foi escolhido com o objetivo não de angariar mais votos, mas sim de consolidar a aliança com o PMDB. Michel Temer será o vice de Dilma pelo fato de gozar de amplo apoio e prestígio dentro de seu partido.
O que podemos perceber é que na medida em que o jogo eleitoral se torna mais competitivo, a escolha dos vices tem, cada vez mais, influenciado e direcionado as estratégias das chapas nas disputas.
Para reforçar a candidatura de José Serra frente ao crescimento da sua rival Dilma Roussef, o PSDB planejou lançar um nome de peso para ser vice de Serra. Boa parte do tucanato sonhou por muito tempo com a possibilidade de constituir uma chapa puro-sangue com Aécio Neves, ex-governador de Minas, como candidato a vice. O plano só não se concretizou porque o ex-governador preferiu disputar uma vaga ao senado.
O PT também tenta, sem sucesso, viabilizar uma chapa puro-sangue para o governo do estado de São Paulo com dois nomes fortes. O escolhido para vice de Aloizio Mercadante seria o senador Eduardo Suplicy, que se mostrou disposto a aceitar a empreitada rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Entretanto, o PDT cobra taxativamente a promessa que recebera da aliança de poder indicar o vice. O presidente estadual da legenda, Paulinho da Força, chega a ameaçar lançar candidatura própria ao governo, caso não aceitem o seu indicado para vice, o deputado estadual Major Olímpio.
Se em São Paulo o PT ainda não definiu o vice, no âmbito nacional as negociações fluíram sem quaisquer problemas. O vice foi escolhido com o objetivo não de angariar mais votos, mas sim de consolidar a aliança com o PMDB. Michel Temer será o vice de Dilma pelo fato de gozar de amplo apoio e prestígio dentro de seu partido.
O que podemos perceber é que na medida em que o jogo eleitoral se torna mais competitivo, a escolha dos vices tem, cada vez mais, influenciado e direcionado as estratégias das chapas nas disputas.
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