sábado, 15 de maio de 2010

Celebridades na política e o papel do eleitor

Com o anúncio de Romário de que pretende se lançar candidato a deputado federal pelo PSB, podemos suscitar questionamentos antigos acerca de celebridades na política. Como cidadãos e, de certa forma, formadores de opinião, os ícones do esporte, da televisão e da música têm todo direito e até mesmo o dever de participar ativamente da política do país, seja como eleitores ou como candidatos. Se a motivação de Romário e outros como Frank Aguiar e Netinho é contribuir para o país, não há por que questioná-los.
O que podemos colocar em xeque é a motivação dos eleitores para votar nessas pessoas. As propostas e a ideologia desses candidatos é o mote para elegê-los? As pessoas buscam analisar se são realmente comprometidos com a política ou se apenas buscam manter a visibilidade e o bolso cheio?
Sinceramente, não creio. A maioria das celebridades que disputam cargos eletivos tem obtido sucesso. E é muito provável que isso se deva ao fato de serem conhecidos pelo grande público.
Antes de votar em Romário, aliás antes de votar em qualquer pessoa, os cidadãos deveriam pesquisar a fundo o plano de governo, as ideias e ideais do candidato e, no caso de políticos antigos, o histórico de atuação nas funções exercidas. Isso não ocorre, na maioria das vezes. Possivelmente devido a um desinteresse crônico por política por parte da população brasileira. Os escândalos de corrupção contribuem, e muito, para o agravamento desse quadro.
O que os brasileiros não percebem é que esse desinteresse, justificado por críticas vazias e clichês (exemplo: “Não gosto de política, porque todo político é corrupto”), não contribui em nada para combater a corrupção ou para melhorar a atuação dos políticos. Muito pelo contrário.
Os políticos que nós temos foram eleitos por nós. A culpa é toda nossa. A melhoria das condições de nosso país e o grau de honestidade dos políticos dependem diretamente do nosso voto. É claro que não há como prever como os políticos novatos irão se comportar. Mas, na eleição posterior, é possível puní-los por mandatos ruins ou desonestos não concedendo-lhes o voto. No entanto, para avaliar adequadamente o desempenho dos políticos, é preciso que haja, primeiramente e primordialmente, interesse pela política.

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