terça-feira, 18 de maio de 2010

Estados Unidos: o xerife do mundo

Chega a ser engraçado ver os Estados Unidos fazerem todo esse estardalhaço por causa de uma suposta intenção do Irã (assim como as supostas armas de destruição em massa de Sadam Hussein) em desenvolver um arsenal nuclear. Não que eu ache que o Irã deva desenvolver tais armas. Não. Nem o Irã e nem ninguém deveria ter as tão temidas ogivas nucleares. Mas o fato é que os EUA possuem armamento nuclear em quantidade suficiente pra explodir o globo mais de uma vez. Sendo assim, qual a moral deles para tratar desse assunto? Qual a moral deles para exigir que o Irã nem ao menos desenvolva tecnologia nuclear, que pode ser utilizada para fins pacíficos, como ocorre no Brasil?
Novamente a história se repete. Os Estados Unidos tentam encontrar pretextos para confrontar e oprimir os países que recusam a sua supremacia e que insistem em seguir independentes. Felizmente, o Brasil não foi mais um país a aceitar passivamente o jugo norte-americano. Esse tipo de posicionamento faz com que a política externa brasileira se fortaleça e ganhe destaque no cenário internacional. O Brasil não está incentivando uma ofensiva terrorista como bradam reacionários. Em primeiro lugar, porque se referir ao Irã dessa forma é ceder aos estereótipos e ao preconceito que se formou com relação aos países islâmicos do Oriente Médio. Além disso, o Brasil não está se posicionando ao lado do Irã, mas sim a favor de uma resolução pacífica do impasse. A utilização arbitrária de sanções, sem dar chance ao diálogo, é uma verdadeira violência.
O tão esperado (e odiado) acordo intermediado por Brasil e Turquia foi feito e os Estados Unidos continuam querendo aplicar sanções. O ponto principal que apontam para justificar as sanções, mesmo com o acordo, seria a intenção do Irã de continuar a enriquecer urânio a até 20 %. Entretanto, o TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear) permite o enriquecimento a até 20%. Dessa forma, não há embasamento para descartar o acordo. Pode e deve ser discutido minuciosamente cada ponto do tratado. Mas, em princípio, foi um grande passo para se chegar a uma solução por meio do diálogo.

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