As propostas do PV de crescimento sustentável e respeito ao meio ambiente são muito importantes e merecem toda a atenção no cenário político nacional. Os verdes têm conquistado espaço e vem pautando as discussões políticas por uma ótica mais preocupada com os recursos naturais.
Entretanto, o que se percebe é que toda essa ideologia fica, muitas vezes, só no discurso. Não adianta discursar a favor da preservação, mas deixar isso de lado na hora de fazer política. As alianças que o PV vem firmando com o partido Democratas é prova cabal dessa fragilidade do discurso pró meio ambiente.
É totalmente incompatível uma aliança entre aqueles que teoricamente defendem o meio ambiente e aqueles que defendem os maiores devastadores do meio ambiente. É como tentar unir caça e caçador. O partido Democratas tem forte apelo ruralista e isso não é segredo pra ninguém. Eles defendem os interesses dos grandes latinfundiários, dos que lucram em cima do meio ambiente. Não raro apóiam medidas visando afrouxar as leis ambientais para garantir o lucro do agronegócio.
O partido Verde é muito heterogêneo e isso pode se constituir em um problema. Isso porque os membros parecem querer conciliar vários tipos de orientações políticas com a defesa do meio ambiente. Dessa forma, a legenda conta com direitistas ambientalistas, esquerdistas ambientalistas e centristas ambientalistas. Isso é muito ruim para os eleitores, que não sabem exatamente em quem estão votando. São verdadeiras incógnitas.
O partido precisa acabar com essas diversas orientações que vigoram na sua base. Se querem mesmo ser uma “terceira via”, tem que buscar que os seus membros defendam uma orientação própria do partido. É necessário definir claramente essa orientação e o modo de fazer política do partido. Somente assim, o PV alcançará coerência e coesão política.
sábado, 16 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
O 2º turno e o apoio de Marina
Com certeza o 2º turno frustrou as expectativas de Dilma e dos petistas. Por mais que as pesquisas indicassem uma queda da candidata, ainda acreditava-se em uma definição no dia 03 de outubro. O fator Marina Silva e sua "onda verde", sem dúvida, surpreendeu.
Apesar de derrotada, a candidata verde foi a grande revelação das eleições desse ano. Entretanto, não dá pra apostar em Marina fortalecida para 2014. O cenário político será outro e arriscar qualquer previsão com tanta antecedência não passa de futurismo.
Com relação às campanhas de Serra e de Dilma no segundo turno, percebe-se que os rumos desenhados na reta final do outro turno serão mantidos. O primeiro programa eleitoral do segundo turno dos tucanos manteve o tom ofensivo, fazendo várias referências indiretas a acusação que vem sendo suscitada de que Dilma seria favorável à questão do aborto. Já o programa de Dilma continua investindo em um comparativo entre os governos FHC e Lula e também faz referências indiretas à questão do aborto no sentido de posicionar a candidata como alvo de calúnias a respeito do tema.
Dizem que o segundo turno é uma nova eleição. Esse tipo de afirmação é um exagero. O cenário se altera em parte, mas carrega consigo os desdobramentos do primeiro turno. Vence quem conseguir manter seu eleitorado e avançar sobre os eleitores dos outros candidatos, nesse caso especialmente os de Marina Silva.
Avançar sobre o eleitorado de Marina não precisa necessariamente passar pelo apoio dela. Muita gente já tinha uma segunda opção em mente ao votar na candidata do PV. Além disso, percebe-se que Marina Silva cresceu, em grande parte, devido à revolta de parcela dos eleitores com Serra e Dilma e não apenas por suas próprias qualidades. Sua força política é recente e dificilmente influenciará seus eleitores de forma decisiva.
Apesar de derrotada, a candidata verde foi a grande revelação das eleições desse ano. Entretanto, não dá pra apostar em Marina fortalecida para 2014. O cenário político será outro e arriscar qualquer previsão com tanta antecedência não passa de futurismo.
Com relação às campanhas de Serra e de Dilma no segundo turno, percebe-se que os rumos desenhados na reta final do outro turno serão mantidos. O primeiro programa eleitoral do segundo turno dos tucanos manteve o tom ofensivo, fazendo várias referências indiretas a acusação que vem sendo suscitada de que Dilma seria favorável à questão do aborto. Já o programa de Dilma continua investindo em um comparativo entre os governos FHC e Lula e também faz referências indiretas à questão do aborto no sentido de posicionar a candidata como alvo de calúnias a respeito do tema.
Dizem que o segundo turno é uma nova eleição. Esse tipo de afirmação é um exagero. O cenário se altera em parte, mas carrega consigo os desdobramentos do primeiro turno. Vence quem conseguir manter seu eleitorado e avançar sobre os eleitores dos outros candidatos, nesse caso especialmente os de Marina Silva.
Avançar sobre o eleitorado de Marina não precisa necessariamente passar pelo apoio dela. Muita gente já tinha uma segunda opção em mente ao votar na candidata do PV. Além disso, percebe-se que Marina Silva cresceu, em grande parte, devido à revolta de parcela dos eleitores com Serra e Dilma e não apenas por suas próprias qualidades. Sua força política é recente e dificilmente influenciará seus eleitores de forma decisiva.
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