sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O 2º turno e o apoio de Marina

Com certeza o 2º turno frustrou as expectativas de Dilma e dos petistas. Por mais que as pesquisas indicassem uma queda da candidata, ainda acreditava-se em uma definição no dia 03 de outubro. O fator Marina Silva e sua "onda verde", sem dúvida, surpreendeu.
Apesar de derrotada, a candidata verde foi a grande revelação das eleições desse ano. Entretanto, não dá pra apostar em Marina fortalecida para 2014. O cenário político será outro e arriscar qualquer previsão com tanta antecedência não passa de futurismo.
Com relação às campanhas de Serra e de Dilma no segundo turno, percebe-se que os rumos desenhados na reta final do outro turno serão mantidos. O primeiro programa eleitoral do segundo turno dos tucanos manteve o tom ofensivo, fazendo várias referências indiretas a acusação que vem sendo suscitada de que Dilma seria favorável à questão do aborto. Já o programa de Dilma continua investindo em um comparativo entre os governos FHC e Lula e também faz referências indiretas à questão do aborto no sentido de posicionar a candidata como alvo de calúnias a respeito do tema.
Dizem que o segundo turno é uma nova eleição. Esse tipo de afirmação é um exagero. O cenário se altera em parte, mas carrega consigo os desdobramentos do primeiro turno. Vence quem conseguir manter seu eleitorado e avançar sobre os eleitores dos outros candidatos, nesse caso especialmente os de Marina Silva.
Avançar sobre o eleitorado de Marina não precisa necessariamente passar pelo apoio dela. Muita gente já tinha uma segunda opção em mente ao votar na candidata do PV. Além disso, percebe-se que Marina Silva cresceu, em grande parte, devido à revolta de parcela dos eleitores com Serra e Dilma e não apenas por suas próprias qualidades. Sua força política é recente e dificilmente influenciará seus eleitores de forma decisiva.

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