domingo, 26 de setembro de 2010

Os males a serem combatidos

É necessário, o quanto antes, implantar um projeto de democratização da comunicação no Brasil. A grande mídia tem praticado ao longo dos anos um jornalismo que só atende aos seus próprios interesses. O interesse social, que deveria nortear as publicações, é completamente esquecido.
Vale lembrar que os veículos de comunicação do país são dirigidos por algumas poucas famílias, que concentram em suas mãos o controle midiático em todas as frentes (seja no rádio, na televisão ou nos meios impressos). Um verdadeiro monopólio, que deveria ser combatido a fim de instituir uma comunicação mais pluralista e democrática.
O presidente Lula vem criticando com veemência esse monopólio da comunicação. Entretanto, o que percebemos é que seu governo pouco fez para colaborar com a democratização da comunicação. Aliás, muito pelo contrário. O governo Lula continuou criminalizando as rádios e TVs comunitárias. O processo para legalização desses veículos continua moroso e burocrático. Enquanto isso, a grande mídia, que atua de forma cada vez mais irresponsável no exercício do jornalismo, está sempre com as suas concessões renovadas por tempo indeterminado. Lembrando que a concessão de rádio e televisão é ofertada pelo Estado, que tem o dever de zelar pela boa utilização desses meios.
Além de incentivar a democratização da comunicação, se faz necessária a criação de conselhos federais e regionais de jornalismo para inspecionar o modo de se fazer jornalismo no país. Não se trata de censurar, mas sim de garantir a ética e de direcionar o foco dos veículos para o interesse da sociedade.
Com relação aos conselhos, o governo teve uma posição acertada no sentido de se mobilizar para implementá-los (a iniciativa partiu da Federação Nacional dos Jornalistas e de entidades sindicais). No entanto, a Grande Mídia, com o objetivo de continuar praticando um jornalismo subserviente a seus interesses particulares, alardeou que se tratava de uma tentativa do governo de censurar os veículos de comunicação. Em resumo, a pressão funcionou e o projeto não foi aprovado.
Vivemos em um país onde os grandes conglomerados midiáticos fazem jornalismo como querem, a despeito das demandas da população por informações isentas e de qualidade. E quaisquer movimentações no sentido de tentar corrigir ou apontar as falhas desses conglomerados são taxadas de antidemocráticas. Aliás, chega a ser irônico esses veículos, grandes apoiadores da Ditadura Militar, se postarem agora como defensores da “democracia”.

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