O debate, de um modo geral, foi pífio. Plínio não estava nem um pouco inspirado. Não conseguiu emplacar grandes tiradas (sua marca registrada) e debateu pontos sem importância, como quando questionou Dilma se ela não pedia votos para os candidatos do PT. Ela respondeu que sim e que ia aproveitar o momento para pedir para as pessoas votarem nos deputados do PT. Ou seja, não acrescentou absolutamente nada na discussão.
Marina partiu para o ataque e se saiu bem confrontando tanto Serra quanto Dilma. Pode ser que conquiste mais votos com o debate e encoste em Serra.
Dilma, obviamente, evitou o confronto com Serra. Como mantém a liderança, ela ganha e muito ao se esquivar de confrontos com o tucano. O mais estranho, porém, foi que Serra também fugiu de debater com a petista.
A estratégia é uma péssima opção para o tucano. Afinal, quem está atrás nas pesquisas precisa ir pro front, precisa tentar colocar o opositor na parede pra tentar abocanhar mais votos. Defensiva é pra quem está ganhando. Quem está perdendo tem que ir pro ataque. A atitude defensiva de Serra certamente consolida a vantagem de Dilma e enterra de vez a ambição dos tucanos de promover um segundo turno nas eleições.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Debate TV Record
Fazendo uma análise sucinta sobre o debate da Tv Record.
Dilma continua pecando pela fraca oratória e manteve a estratégia de colar sua imagem à do presidente Lula e a de Serra à do ex-presidente FHC. Com relação às denúncias que envolvem a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, enfatizou que tudo deve ser investigado e atribuiu as inúmeras denúncias de corrupção à autonomia da Policia Federal no Governo Lula.
José Serra atacou de forma mais moderada do que se esperava. Criticou o governo com relação às denúncias de corrupção, se desviou do atrelamento de sua campanha ao ex-governador cassado do Distrito Federal José Arruda e sugeriu que o governo Lula deu continuidade ao Governo FHC.
Plínio mais uma vez atacou a tudo e a todos com sua acidez característica e defendeu veementemente a implantação de um regime de ruptura com o modelo capitalista. O rendimento de Plínio caiu nesse debate, em parte devido a suas confusões e esquecimentos.
Marina manteve o discurso focado no desenvolvimento sustentável e tentou rejeitar rótulos para sua candidatura. É certo que manteve um tom neutro em algumas questões e não polemizou muito.
De um modo geral, o debate foi "morno" demais. Sem grandes surpresas e sem grandes polêmicas, os candidatos pareciam se esquivar de um confronto mais contundente.
Dilma continua pecando pela fraca oratória e manteve a estratégia de colar sua imagem à do presidente Lula e a de Serra à do ex-presidente FHC. Com relação às denúncias que envolvem a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, enfatizou que tudo deve ser investigado e atribuiu as inúmeras denúncias de corrupção à autonomia da Policia Federal no Governo Lula.
José Serra atacou de forma mais moderada do que se esperava. Criticou o governo com relação às denúncias de corrupção, se desviou do atrelamento de sua campanha ao ex-governador cassado do Distrito Federal José Arruda e sugeriu que o governo Lula deu continuidade ao Governo FHC.
Plínio mais uma vez atacou a tudo e a todos com sua acidez característica e defendeu veementemente a implantação de um regime de ruptura com o modelo capitalista. O rendimento de Plínio caiu nesse debate, em parte devido a suas confusões e esquecimentos.
Marina manteve o discurso focado no desenvolvimento sustentável e tentou rejeitar rótulos para sua candidatura. É certo que manteve um tom neutro em algumas questões e não polemizou muito.
De um modo geral, o debate foi "morno" demais. Sem grandes surpresas e sem grandes polêmicas, os candidatos pareciam se esquivar de um confronto mais contundente.
Os males a serem combatidos
É necessário, o quanto antes, implantar um projeto de democratização da comunicação no Brasil. A grande mídia tem praticado ao longo dos anos um jornalismo que só atende aos seus próprios interesses. O interesse social, que deveria nortear as publicações, é completamente esquecido.
Vale lembrar que os veículos de comunicação do país são dirigidos por algumas poucas famílias, que concentram em suas mãos o controle midiático em todas as frentes (seja no rádio, na televisão ou nos meios impressos). Um verdadeiro monopólio, que deveria ser combatido a fim de instituir uma comunicação mais pluralista e democrática.
O presidente Lula vem criticando com veemência esse monopólio da comunicação. Entretanto, o que percebemos é que seu governo pouco fez para colaborar com a democratização da comunicação. Aliás, muito pelo contrário. O governo Lula continuou criminalizando as rádios e TVs comunitárias. O processo para legalização desses veículos continua moroso e burocrático. Enquanto isso, a grande mídia, que atua de forma cada vez mais irresponsável no exercício do jornalismo, está sempre com as suas concessões renovadas por tempo indeterminado. Lembrando que a concessão de rádio e televisão é ofertada pelo Estado, que tem o dever de zelar pela boa utilização desses meios.
Além de incentivar a democratização da comunicação, se faz necessária a criação de conselhos federais e regionais de jornalismo para inspecionar o modo de se fazer jornalismo no país. Não se trata de censurar, mas sim de garantir a ética e de direcionar o foco dos veículos para o interesse da sociedade.
Com relação aos conselhos, o governo teve uma posição acertada no sentido de se mobilizar para implementá-los (a iniciativa partiu da Federação Nacional dos Jornalistas e de entidades sindicais). No entanto, a Grande Mídia, com o objetivo de continuar praticando um jornalismo subserviente a seus interesses particulares, alardeou que se tratava de uma tentativa do governo de censurar os veículos de comunicação. Em resumo, a pressão funcionou e o projeto não foi aprovado.
Vivemos em um país onde os grandes conglomerados midiáticos fazem jornalismo como querem, a despeito das demandas da população por informações isentas e de qualidade. E quaisquer movimentações no sentido de tentar corrigir ou apontar as falhas desses conglomerados são taxadas de antidemocráticas. Aliás, chega a ser irônico esses veículos, grandes apoiadores da Ditadura Militar, se postarem agora como defensores da “democracia”.
Vale lembrar que os veículos de comunicação do país são dirigidos por algumas poucas famílias, que concentram em suas mãos o controle midiático em todas as frentes (seja no rádio, na televisão ou nos meios impressos). Um verdadeiro monopólio, que deveria ser combatido a fim de instituir uma comunicação mais pluralista e democrática.
O presidente Lula vem criticando com veemência esse monopólio da comunicação. Entretanto, o que percebemos é que seu governo pouco fez para colaborar com a democratização da comunicação. Aliás, muito pelo contrário. O governo Lula continuou criminalizando as rádios e TVs comunitárias. O processo para legalização desses veículos continua moroso e burocrático. Enquanto isso, a grande mídia, que atua de forma cada vez mais irresponsável no exercício do jornalismo, está sempre com as suas concessões renovadas por tempo indeterminado. Lembrando que a concessão de rádio e televisão é ofertada pelo Estado, que tem o dever de zelar pela boa utilização desses meios.
Além de incentivar a democratização da comunicação, se faz necessária a criação de conselhos federais e regionais de jornalismo para inspecionar o modo de se fazer jornalismo no país. Não se trata de censurar, mas sim de garantir a ética e de direcionar o foco dos veículos para o interesse da sociedade.
Com relação aos conselhos, o governo teve uma posição acertada no sentido de se mobilizar para implementá-los (a iniciativa partiu da Federação Nacional dos Jornalistas e de entidades sindicais). No entanto, a Grande Mídia, com o objetivo de continuar praticando um jornalismo subserviente a seus interesses particulares, alardeou que se tratava de uma tentativa do governo de censurar os veículos de comunicação. Em resumo, a pressão funcionou e o projeto não foi aprovado.
Vivemos em um país onde os grandes conglomerados midiáticos fazem jornalismo como querem, a despeito das demandas da população por informações isentas e de qualidade. E quaisquer movimentações no sentido de tentar corrigir ou apontar as falhas desses conglomerados são taxadas de antidemocráticas. Aliás, chega a ser irônico esses veículos, grandes apoiadores da Ditadura Militar, se postarem agora como defensores da “democracia”.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Como perder uma eleição!
Nesta eleição, a campanha do candidato tucano José Serra deu verdadeiras aulas de como perder uma eleição. Era óbvio e inevitável o crescimento de Dilma em decorrência do apoio do presidente Lula, cujo governo mantém altos índices de aprovação. Entretanto, as trapalhadas dos tucanos colaboraram para que a petista se distanciasse ao ponto de ensaiar uma acachapante vitória ainda no primeiro turno.
Serra começou a campanha tentando ligar sua imagem a do presidente Lula e simulando um tom de “homem do povo”, que simplesmente não combina com ele. Com o jingle que falava que depois de Lula da Silva viria o “Zé” Serra, a campanha esperava que as pessoas imaginassem uma suposta continuidade do governo Lula com Serra, angariando votos entre a massa que aprova o governo lulista. Uma estratégia, diga-se de passagem, totalmente equivocada. Todo mundo sabe que Serra é oposição ao governo Lula e que Dilma representa a continuidade do governo atual.
A campanha de Serra deveria ter se postado na corrida eleitoral como oposição que é, ter tentado apontar os erros do governo e indicado novas propostas para o país. Tentar “aproximar” Serra do governo Lula fez com que a maioria da população, que aprova a gestão de Lula, só confirmasse a sua opinião. “Afinal, se até a oposição não critica esse governo, é porque está realmente bom. Melhor votar na candidata do presidente, então”, devem ter pensado. Já aqueles que não aprovam o governo Lula não devem ter gostado nem um pouco do súbito lulismo de Serra. Resultado do estratagema: conseguiu desagradar gregos e troianos.
O resultado foi desastroso. Serra despencou nas pesquisas e a campanha foi reformulada. Serra mudou completamente o discurso, passou a atacar o governo e o PT de forma veemente. Mas não convenceu ninguém. Essa mudança brusca de rumos soou incoerente. O povo creditou as críticas aos interesses eleitoreiros, assim como, certamente, notou as motivações eleitorais que embalam a divulgação excessiva dos recentes escândalos no governo. Não é que eles não sejam verdadeiros. Podem até ser. O fato é que a grande mídia reuniu vários deles, alguns até que já haviam ocorrido há algum tempo,e difundiu exatamente no momento mais crítico da campanha serrista. Isso deixou visível o desespero do tucano e de seus apoiadores e dificilmente atrairá muitos votos.
Em resumo, Serra caminha para uma derrota que enterra definitivamente suas ambições presidenciais. E podemos dizer, sem entrar no mérito das ideologias partidárias, que a campanha do PSDB mereceu cada voto que perdeu. As falhas estratégicas foram grandes demais para quem sonhava com o cargo político mais alto do país.
Serra começou a campanha tentando ligar sua imagem a do presidente Lula e simulando um tom de “homem do povo”, que simplesmente não combina com ele. Com o jingle que falava que depois de Lula da Silva viria o “Zé” Serra, a campanha esperava que as pessoas imaginassem uma suposta continuidade do governo Lula com Serra, angariando votos entre a massa que aprova o governo lulista. Uma estratégia, diga-se de passagem, totalmente equivocada. Todo mundo sabe que Serra é oposição ao governo Lula e que Dilma representa a continuidade do governo atual.
A campanha de Serra deveria ter se postado na corrida eleitoral como oposição que é, ter tentado apontar os erros do governo e indicado novas propostas para o país. Tentar “aproximar” Serra do governo Lula fez com que a maioria da população, que aprova a gestão de Lula, só confirmasse a sua opinião. “Afinal, se até a oposição não critica esse governo, é porque está realmente bom. Melhor votar na candidata do presidente, então”, devem ter pensado. Já aqueles que não aprovam o governo Lula não devem ter gostado nem um pouco do súbito lulismo de Serra. Resultado do estratagema: conseguiu desagradar gregos e troianos.
O resultado foi desastroso. Serra despencou nas pesquisas e a campanha foi reformulada. Serra mudou completamente o discurso, passou a atacar o governo e o PT de forma veemente. Mas não convenceu ninguém. Essa mudança brusca de rumos soou incoerente. O povo creditou as críticas aos interesses eleitoreiros, assim como, certamente, notou as motivações eleitorais que embalam a divulgação excessiva dos recentes escândalos no governo. Não é que eles não sejam verdadeiros. Podem até ser. O fato é que a grande mídia reuniu vários deles, alguns até que já haviam ocorrido há algum tempo,e difundiu exatamente no momento mais crítico da campanha serrista. Isso deixou visível o desespero do tucano e de seus apoiadores e dificilmente atrairá muitos votos.
Em resumo, Serra caminha para uma derrota que enterra definitivamente suas ambições presidenciais. E podemos dizer, sem entrar no mérito das ideologias partidárias, que a campanha do PSDB mereceu cada voto que perdeu. As falhas estratégicas foram grandes demais para quem sonhava com o cargo político mais alto do país.
sábado, 3 de julho de 2010
O erro de Serra
Na tentativa de escolher um nome que desse impulso à sua candidatura, seja pela popularidade ou pela possibilidade de construir palanque sólido em algum estado específico, Serra postergou ao máximo a decisão sobre o seu vice. Óbvio que a demora não passou despercebida pela imprensa e pelos eleitores. Criou-se a polêmica e o assunto tomou proporções inimagináveis, o que tornou a decisão ainda mais difícil.
Com tanta demora, esperava-se um político de peso (alguns até tentavam desenterrar o nome de Aécio, a despeito da recusa do mesmo). Finalmente, Serra anunciou o seu vice(ou melhor anunciaram para ele, não é mesmo Roberto Jefferson?). O nome fazia sentido, o tucano Álvaro Dias confirmado como vice poderia fazer seu irmão, Osmar Dias do PTB, pender para o lado de Serra, ao invés de se lançar candidato ao governo do Paraná pela coligação de Dilma, como indicava que iria fazer. É certo que o ideal mesmo para Serra seria lançar mão de algum político do Nordeste ou Norte para tentar diminuir sua desvantagem nessas áreas. Mas na falta de algum nome de peso dessa região, Álvaro Dias não seria má idéia para consolidar sua vantagem no Sul e desbancar o palanque de Dilma no estado.
Acontece que, mesmo com tanto tempo que teve para pensar, avaliar e discutir a questão do vice, Serra se esqueceu do fator DEM. Estava claro que desconsiderá-los nessa escolha não seria uma boa idéia. Mesmo que fosse uma chapa puro-sangue, teria que ser algo bem avaliado e bem estruturado em conjunto com o DEM e com os demais aliados. Uma discussão mais meticulosa poderia ter evitado a troca de tiros dentro da própria aliança, o que certamente prejudica o candidato.
No final, a situação só se complicou. Para agradar ao DEM, Serra teve que retroceder na decisão, queimando a sua imagem e também a de Álvaro Dias. Para reconquistar os aliados, que ameaçavam uma ruptura, Serra deixou que lhe indicassem, a toque de caixa, o vice. O escolhido foi o Deputado Índio da Costa, DEM, afilhado político de César Maia. No final das contas, Serra só perdeu ao retardar a escolha. O balanço final da história toda foi uma polêmica negativa com a briga dentro da aliança e um vice que não acrescenta nada à campanha. Índio não é popular, não ajuda na construção de nenhum palanque em estados e não auxilia na conquista de mais espaço na região Nordeste.
Antes ele tivesse feito como a Dilma, que tem um vice que desagrada muita gente, mas que foi escolhido e legitimado rapidamente. Não houve qualquer burburinho em torno da escolha. Tanto que muita gente nem se lembra que Michel Temer, PMDB, foi o escolhido da petista. Desse modo, a aliança permaneceu unida para a eleição que se aproxima, enquanto Serra terá que lidar com uma aliança remendada às pressas e um vice que ganhou destaque e, pra piorar, não convence.
Com tanta demora, esperava-se um político de peso (alguns até tentavam desenterrar o nome de Aécio, a despeito da recusa do mesmo). Finalmente, Serra anunciou o seu vice(ou melhor anunciaram para ele, não é mesmo Roberto Jefferson?). O nome fazia sentido, o tucano Álvaro Dias confirmado como vice poderia fazer seu irmão, Osmar Dias do PTB, pender para o lado de Serra, ao invés de se lançar candidato ao governo do Paraná pela coligação de Dilma, como indicava que iria fazer. É certo que o ideal mesmo para Serra seria lançar mão de algum político do Nordeste ou Norte para tentar diminuir sua desvantagem nessas áreas. Mas na falta de algum nome de peso dessa região, Álvaro Dias não seria má idéia para consolidar sua vantagem no Sul e desbancar o palanque de Dilma no estado.
Acontece que, mesmo com tanto tempo que teve para pensar, avaliar e discutir a questão do vice, Serra se esqueceu do fator DEM. Estava claro que desconsiderá-los nessa escolha não seria uma boa idéia. Mesmo que fosse uma chapa puro-sangue, teria que ser algo bem avaliado e bem estruturado em conjunto com o DEM e com os demais aliados. Uma discussão mais meticulosa poderia ter evitado a troca de tiros dentro da própria aliança, o que certamente prejudica o candidato.
No final, a situação só se complicou. Para agradar ao DEM, Serra teve que retroceder na decisão, queimando a sua imagem e também a de Álvaro Dias. Para reconquistar os aliados, que ameaçavam uma ruptura, Serra deixou que lhe indicassem, a toque de caixa, o vice. O escolhido foi o Deputado Índio da Costa, DEM, afilhado político de César Maia. No final das contas, Serra só perdeu ao retardar a escolha. O balanço final da história toda foi uma polêmica negativa com a briga dentro da aliança e um vice que não acrescenta nada à campanha. Índio não é popular, não ajuda na construção de nenhum palanque em estados e não auxilia na conquista de mais espaço na região Nordeste.
Antes ele tivesse feito como a Dilma, que tem um vice que desagrada muita gente, mas que foi escolhido e legitimado rapidamente. Não houve qualquer burburinho em torno da escolha. Tanto que muita gente nem se lembra que Michel Temer, PMDB, foi o escolhido da petista. Desse modo, a aliança permaneceu unida para a eleição que se aproxima, enquanto Serra terá que lidar com uma aliança remendada às pressas e um vice que ganhou destaque e, pra piorar, não convence.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Vale tudo pelo poder?
Infelizmente no Brasil , devido ao equivocado modelo presidencialista, é difícil governar sem dispor de certa maleabilidade para lidar com os parlamentares e com as demais legendas do cenário nacional. Isso por si só já geraria muitos tipos de aliança para as eleições. No entanto, os pactos vêm tomando proporções absurdas e se firmando de todas as formas possíveis. Existem alianças que desconsideram totalmente a compatibilidade entre as legendas e o alinhamento das ideologias que estão se agrupando. Tanto que há legendas que chegam a apoiar ao mesmo tempo partidos oponentes. Não faltam exemplos de partidos que, por exemplo, apóiam o PSDB em eleições estaduais e o PT no âmbito federal. Aliás, não é raro ver esses dois partidos se aliarem em eleições para prefeituras de pequenos municípios.
Outro fator que ocasiona essa busca desenfreada por apoios para as eleições diz respeito à ânsia por conseguir alguns minutos a mais no horário eleitoral gratuito. As principais alianças reúnem em seu entorno partidos de toda a sorte de idéias com o objetivo, muitas vezes, de dispor de mais tempo na TV e no rádio. Parece que a idéia que está vigendo é a de que qualquer apoio é válido.
O ex-militante comunista Fernando Gabeira do PV, por exemplo, repete a parceria que fez com os neoliberais do PSDB e do DEM para concorrer à prefeitura do Rio em 2008. Dessa vez, para se lançar rumo ao Palácio das Laranjeiras. O PT continua ampliando a questionável aliança com o PMDB, chegando a apoiar figuras como Roseana Sarney, que remete à concentração de renda e aos desvios da família Sarney. Em Minas Gerais, o Partido dos Trabalhadores chegou a dispensar dois candidatos fortes de dentro do partido para apoiar Hélio Costa do PMDB e consolidar a aliança entre os dois partidos em nível nacional pela eleição da petista Dilma Roussef.
A aliança de Serra também vem conquistando adeptos questionáveis, como o deputado cassado por distribuição de propinas Roberto Jefferson, presidente do PTB. Além disso, contava com o apoio do ex-governador cassado do DF José Roberto Arruda, do DEM.
Contar com alianças e apoios para as eleições faz parte do jogo político. Entretanto, sobrepor isso à ideologia e à ética do partido é um verdadeiro desrespeito aos militantes e às bandeiras da legenda.
Outro fator que ocasiona essa busca desenfreada por apoios para as eleições diz respeito à ânsia por conseguir alguns minutos a mais no horário eleitoral gratuito. As principais alianças reúnem em seu entorno partidos de toda a sorte de idéias com o objetivo, muitas vezes, de dispor de mais tempo na TV e no rádio. Parece que a idéia que está vigendo é a de que qualquer apoio é válido.
O ex-militante comunista Fernando Gabeira do PV, por exemplo, repete a parceria que fez com os neoliberais do PSDB e do DEM para concorrer à prefeitura do Rio em 2008. Dessa vez, para se lançar rumo ao Palácio das Laranjeiras. O PT continua ampliando a questionável aliança com o PMDB, chegando a apoiar figuras como Roseana Sarney, que remete à concentração de renda e aos desvios da família Sarney. Em Minas Gerais, o Partido dos Trabalhadores chegou a dispensar dois candidatos fortes de dentro do partido para apoiar Hélio Costa do PMDB e consolidar a aliança entre os dois partidos em nível nacional pela eleição da petista Dilma Roussef.
A aliança de Serra também vem conquistando adeptos questionáveis, como o deputado cassado por distribuição de propinas Roberto Jefferson, presidente do PTB. Além disso, contava com o apoio do ex-governador cassado do DF José Roberto Arruda, do DEM.
Contar com alianças e apoios para as eleições faz parte do jogo político. Entretanto, sobrepor isso à ideologia e à ética do partido é um verdadeiro desrespeito aos militantes e às bandeiras da legenda.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Os vices ganham importância
Normalmente, o cargo de vice em eleições majoritárias não é desejado pelos políticos de maior prestígio. A função acaba relegada a políticos menos conhecidos, indicados por algum partido que compõe a aliança em torno da candidatura principal. No entanto, esta situação vem se alterando conforme as disputas se acirram. Nesse ano, o cargo de vice tem causado polêmicas e disputas, despertando a possibilidade, inclusive, de políticos de renome assumirem o posto na disputa eleitoral de outubro.
Para reforçar a candidatura de José Serra frente ao crescimento da sua rival Dilma Roussef, o PSDB planejou lançar um nome de peso para ser vice de Serra. Boa parte do tucanato sonhou por muito tempo com a possibilidade de constituir uma chapa puro-sangue com Aécio Neves, ex-governador de Minas, como candidato a vice. O plano só não se concretizou porque o ex-governador preferiu disputar uma vaga ao senado.
O PT também tenta, sem sucesso, viabilizar uma chapa puro-sangue para o governo do estado de São Paulo com dois nomes fortes. O escolhido para vice de Aloizio Mercadante seria o senador Eduardo Suplicy, que se mostrou disposto a aceitar a empreitada rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Entretanto, o PDT cobra taxativamente a promessa que recebera da aliança de poder indicar o vice. O presidente estadual da legenda, Paulinho da Força, chega a ameaçar lançar candidatura própria ao governo, caso não aceitem o seu indicado para vice, o deputado estadual Major Olímpio.
Se em São Paulo o PT ainda não definiu o vice, no âmbito nacional as negociações fluíram sem quaisquer problemas. O vice foi escolhido com o objetivo não de angariar mais votos, mas sim de consolidar a aliança com o PMDB. Michel Temer será o vice de Dilma pelo fato de gozar de amplo apoio e prestígio dentro de seu partido.
O que podemos perceber é que na medida em que o jogo eleitoral se torna mais competitivo, a escolha dos vices tem, cada vez mais, influenciado e direcionado as estratégias das chapas nas disputas.
Para reforçar a candidatura de José Serra frente ao crescimento da sua rival Dilma Roussef, o PSDB planejou lançar um nome de peso para ser vice de Serra. Boa parte do tucanato sonhou por muito tempo com a possibilidade de constituir uma chapa puro-sangue com Aécio Neves, ex-governador de Minas, como candidato a vice. O plano só não se concretizou porque o ex-governador preferiu disputar uma vaga ao senado.
O PT também tenta, sem sucesso, viabilizar uma chapa puro-sangue para o governo do estado de São Paulo com dois nomes fortes. O escolhido para vice de Aloizio Mercadante seria o senador Eduardo Suplicy, que se mostrou disposto a aceitar a empreitada rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Entretanto, o PDT cobra taxativamente a promessa que recebera da aliança de poder indicar o vice. O presidente estadual da legenda, Paulinho da Força, chega a ameaçar lançar candidatura própria ao governo, caso não aceitem o seu indicado para vice, o deputado estadual Major Olímpio.
Se em São Paulo o PT ainda não definiu o vice, no âmbito nacional as negociações fluíram sem quaisquer problemas. O vice foi escolhido com o objetivo não de angariar mais votos, mas sim de consolidar a aliança com o PMDB. Michel Temer será o vice de Dilma pelo fato de gozar de amplo apoio e prestígio dentro de seu partido.
O que podemos perceber é que na medida em que o jogo eleitoral se torna mais competitivo, a escolha dos vices tem, cada vez mais, influenciado e direcionado as estratégias das chapas nas disputas.
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